Páginas

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

A saga da ceia de Natal II

Continuando...


Na sexta, eu dei continuidade à odisséia, agora com a ajuda do meu querido Juscelino, que passou praticamente o dia inteiro lavando os pratos que eu sujava numa velocidade maior do que ele era capaz de lavar. Tadinho, e ainda teve que fazer isso comigo do lado dando pitacos sobre como ele deveria lavá-los. Enfim.

Depois de desfiar o frango, eu tratei os demais ingredientes e preparei o salpicão. Muito fácil, era a única coisa que eu já havia VISTO alguém fazer antes. Tirei de letra. Coloquei o peru no forno, dessa vez sem margarina que a embalagem não pedia tratamento especial nenhum, mas como minha tia havia dito para passar maionese, segui mais ou menos o conselho e achei por bem misturar a dita cuja com o iogurte que havia sobrado do salpicão. Big mistake. Big. Huge! Ao contrário da margarina no frango, que derreteu, a mistura formou uma crosta e não deixou o peru ficar douradinho. Depois eu li na embalagem que, na verdade, era sim para passar margarina - depois do peru ter ficado por uma hora no forno. Oops. Não ficou ruim, mas poderia ter ficado pior. Eu poderia ter feito um molho de maracujá muito azedo e com uma consistência estranha.

Ah é, eu fiz.

Bom, depois disso, foi só fazer uma farofinha com miúdos, cerejas e passas e pronto, a ceia estava pronta. Dez horas depois de termos começado.



Deu trabalho, viu? E como deu.

***

Ano passado minha mãe e tias resolveram que a ceia não seria mais preparadas por elas, que cansaram de passar o Natal na cozinha, e encomendaram a um restaurante. Eu achei o cúmulo do absurdo! Como assim? Eu passei vinte anos comendo daquela ceia, elas não podiam simplesmente mandar para um estranho qualquer fazer! Reclamei tanto que, para me fazer parar minha mãe me enganou e disse que pelo menos o bacalhau seria feito em casa. Mas aí eu a peguei no flagra dizendo à minha irmã que ele também seria feito no restaurante e continuei reclamando. Isso foi ano passado. Nunca mais eu reclamo.

***


Cansaço à parte, ao final valeu muito a pena. Passamos o dia "trabalhando", mas também conversando, rindo, ouvindo Metallica (Simone não tem vez nesta casa)... e, enquanto ceiávamos, relembramos os natais passados. Foi um jeito de trazer a nossa família para perto no nosso primeiro Natal.

Feliz Natal!

A saga da ceia de Natal I


Prometo que esse blog não vai ser só sobre comida, mas como eu fiquei de falar sobre a ceia do Natal, segue o ocorrido.

Começou com marido chegando do trabalho com o brinde natalino da empresa (peru e cia) e pedindo para eu preparar pro Natal. Ele ainda disse que iria me ajudar, mas como até então minha experiência em culinária natalina se resumia a desfiar frango já assado (por outra pessoa, of course), descascar batatas e cenouras e surrupiar discretamente lascas de peito de peru defumado, a minha primeira reação frente ao kit de Natal da Sadia foi crer piamente que este seria o maior fiasco da história dos fiascos das ceias de Natal e que ele seria para sempre lembrado nas futuras reuniões familiares.

Mas missão dada, parceiro, é missão cumprida. E lá fui eu para a cozinha.

Já na quinta-feira, eu dei início ao espetáculo à preparação. Assei o frango e fiz a sobremesa. O frango eu usei desfiado no salpicão, que até então seria feito com franguinho comprado pronto no supermercado, mas se já tinha um inteiro em casa, por que não, né? Porque dá trabalho! A embalagem dizia que ele já vinha temperado, pronto para ir para o forno tão logo você o descongelasse e o besuntasse em margarina. Primeiro problema: ele não queria ser descongelado. Foram quatro sessões da função *descongelar* do microondas e, asas e demais extremidades começando a escurecer depois, ele finalmente resolveu ceder e me permitiu retirar o saquinho de miúdos de suas entranhas.

Depois disso ficou fácil, afinal tem coisa mais simples que passar margarina num ser outrora vivo, todo branquelo, sem cabeça e com ossos aparecendo onde antes tinha pés? Pensamentos vegetarianos me vieram à mente, mas é como diz o ditado: Se já tá na *m... , nada. Continuei e coloquei no forno. Por quatro horas. Sabe assim, QUATRO horas? Dica para quem trabalha e almoça em casa: almoce frango todo dia. Você coloca no forno quando sair e estará pronto na hora que voltar, sem perda de tempo na cozinha. Pelo menos ficou bom. Bem douradinho, suculento, uma belezura... e só agora me ocorreu que eu poderia tê-lo fatiado e preparado na frigideira, sem margarina e em uns 30 minutos, no máximo...

Bom, o pavê. Eu já havia decidido pelo pavê de chocolate, que Juscelino tinha requisitado, mas aí fui dar uma olhada no site da Sadia, buscando molhos para aves, achei essa receita de pavê de nozes e pensei que seria uma ótima oportunidade de usar as nozes compradas na semana anterior. Eu só não lembrei que teria que descascar noz por noz com um espremedor de limão (não, eu não tenho quebra-nozes) e sujar a batedeira, o liquidificador e uma panela. É muita sujeira para um pavê só. Valeu a pena, porque marido disse que foi o melhor pavê que ele já comeu e se ele diz, eu acredito.

(continua no próximo post...)

*Ai, gente, é claro que o "m" é de margarina. O que vocês pensaram?

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Caldo verde

O caldo é o da direita.


Depois que eu fiz os biscoitos, fiquei pensando num prato que pudesse ser acompanhado por eles. Pesquisando no Rainhas do Lar, eu achei a receita desse caldo verde e lembrei que marido uma vez falou que era a sopa/caldo que ele mais gostava. Resolvi arriscar.

Ingredientes:

- 1 batata grande

- Caldo de carne

- 2 tirinhas de bacon

- 2 linguiças toscana da fininha

- Couve manteiga picotado

- Meia cebola picada

- 2 dentes de alho amassados

- 1 pitada de louro em pó

- Azeite

- Sal a gosto

Modo de preparo:

Primeiro, coloque a batata descascada para cozinhar na água com o caldo de carne. A quantidade de água foi no olho mesmo. Depois de cozidas, retire da água e passe por um espremedor de batatas, reserve o caldo que ficou na panela. Em outra panela, refogue a linguiça e o bacon até começarem a pegar no fundo, acrescente a cebola e o alho e quando estiverem bem dourados, despeje a água que usou pra ferver as batatas. Mexa bem e por fim junte o purê, o sal e o louro. Deixe ferver, acrescente o couve e um fio de azeite, mexa e desligue o fogo. Fim!

Resultado:

A receita da Faby fala pra usar paio, caldo de carne caseiro, folha de louro e acrescentar pimenta calabresa. Não gosto de paio, nunca fiz caldo de carne caseiro, não tinha folha de louro e esqueci da pimenta. Ainda assim, ficou muito bom, o único porém foi a aparência: não ficou verde! Na próxima vez vou tentar passar a água, a batata e o couve no liquidificador antes de juntar os outros ingredientes. Talvez assim fique verde e mais bonitinho.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Cookies de parmesão, pimenta do reino e manjericão

Os biscoitos são os da esquerda ;-)



Receita super fácil que eu peguei aqui.

Marido tinha uma festinha de confraternização na empresa e me pediu pra procurar lugares que pegassem encomendas de salgadinhos. Um link leva a outro e eu acabei achando essa receita que, de tão facinha que parecia, resolvi testar na mesma hora. Solta o VT!


Ingredientes:

- 1/2 xícara de manteiga com sal em temperatura ambiente
- 1/4 de xícara cheia de parmesão ralado (usei o de saquinho mesmo)
- 1 colher de chá de pimenta do reino
- 1 colher de chá de manjericão desidratado
- 1 1/4 de xícara de chá de farinha de trigo


Modo de preparo:

É só bater a manteiga e demais ingredientes na batedeira na velocidade média (créu, créu, créu, créu) e depois de formada uma pasta ir adicionando a farinha de trigo aos poucos, agora na velocidade máxima (créucréucréucréucréucréu). A Patrícia, do Tchnicolor Kitchen, vulgo lugar de onde eu roubei a receita, dá a dica: "você saberá o ponto certo quando 'beliscar' a massa e ela se juntar; caso ainda esteja esfarelando, adicione 1 colher (sopa) de água gelada - não precisei."

Bom, eu precisei. E ainda assim achei que ficou molinha demais e ainda esfarelenta, mas fiquei com medo de ficar pra sempre naquele mais água, ficou mole, mais farinha, esfarelou, mais água, ficou mole, etc, e continuei do jeito que estava mesmo. Depois da massa pronta, fiz uma bolinha e depois uma tirinha de um palmo e meio, mais ou menos, embrulhei no papel alumínio e levei no congelador por meia hora. Passada a meia hora, tirei do congelador, fatiei e levei ao forno por mais meia hora, a 220 graus. A receita diz pra usar assadeira forrada com papel manteiga e deixar de 15 a 25 minutos no forno a 175 graus. Como eu não tinha papel manteiga, usei assadeira antiaderente untada e deu certo, não grudou nadinha. E o forno coloquei numa temperatura mais alta porque a baixa daqui é baixa mesmo, faz nem cosquinha.


Resultado:

Apesar de ter achado a massa crua muito mole, depois de assado ficou numa consistência boa, nem duro nem esfarelento demais. Crocante, gostinho bom de queijo e levemente apimentado. Muito bom pra beliscar! Ah! Rendeu pouquinho, só umas 20 unidades.

Na cozinha

Até casar, minha salvação culinária era a Biscoiteira, o restaurante do Bom-Preço, o China in Box, o Habib's, o McDonalds e o cachorro-quente de carrinho da porta do condomínio, ou seja, eu dependia totalmente de mãos alheias pra me alimentar. Enquanto isso, no Rio de Janeiro, marido jantava sorvete. Mas aí veio o casamento e a mudança pro Rio e, já que ter uma pessoa pra cozinhar pra nós 24/7 não se aplica à situação, quem foi pra cozinha?

No começo eu achava chaaato... principalmente porque não tinha prática nenhuma e passava duas horas pra preparar um simples cachorro-quente. É que eu só sabia fazer estilo Ana Maria Braga, sabe? Com todos os ingredientes previamente picadinhos e separados em vasilhinhas, só esperando o momento de serem despejados na panela. Se deixasse pra cortar alguma coisa com outra já no fogo, ou perdia um pedaço do dedo, na agonia de cortar ligeiro, ou queimava a panela. Resultado: duas horas pra preparar e mais duas pra lavar todos os pratos depois (hoje eu já consigo fazer em 10 minutos! True story: eu cronometrei).

Mas como diz a minha maiga Nara, aprendiz de cozinheira como eu, cozinha é treino. Verdade, viu? Prova viva sou eu, que ó, depois de quatro meses de treino intensivo já me viro tranquilamente. Às vezes falta criatividade e a gente apela para uma pizza congelada da Sadia (devidamente incrementada com ingredientes próprios, claro), mas às vezes a inspiração bate forte, como ontem, em que eu acabei fazendo uns biscoitinhos de queijo e manjericão (inaugurando a batedeira) e um caldo verde que, segundo marido, estava muito muito muito bom mesmo.

Passo as receitas no próximo post. Agora eu tenho que me preparar para o desafio culinário do ano: cozinhar sozinha uma ceia de Natal! Resultados no blog, dia 27/12.


Nada a ver com o post, só pra mostrar a minha cozinha dos sonhos: espaçosa, iluminada e com piso xadrez. Linda!

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

O início


A verdade é que o domínio "elanaoecarioca" está guardado pra mim (e por mim) desde abril, quando, no início dos preparativos do casamento e da formatura (que, num ato de insensatez eu decidi que deveriam acontecer no mesmo fim-de-semana) eu percebi que eu teria muitas histórias pra contar quando finalmente tivesse me formado, me casado e me mudado para a chamada Cidade Maravilhosa.

Mais de três meses já se passaram desde que eu me formei, me casei e me mudei, mas só agora, depois de recebidos todos os presentes, organizados todos os armários, alocada toda a mudança, estabelecida toda a rotina, eu tenho tempo para registrar a grande guinada que foram todos esses eventos. Mentira, tempo eu tive muito, foi mais uma questão de prioridades mesmo.

Enfim. Agora que eu decidi voltar a escrever, ativei o blog, que a partir de então vai entrar na modinha tratar das novidades que só um casamento traz pra você, sobre culinária - um prazer recém-descoberto - e, claro, sobre a vida na "cidade grande".