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terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Em casa com Piaf

Eu finalmente aprendi a ligar meu notebook no home theater e agora já posso ouvir minhas músicas bem alto, sem a chiadeira das minhas caixas estouradas. Pra ver se eu tinha mesmo aprendido, ontem eu liguei sozinha, sem a supervisão de um adulto e passei a tarde toda irritando os vizinhos ouvindo Piaf na maior das alturas. A voz dela é forte, ela canta com emoção, a música enche a casa... coisa linda mesmo. Agora imagina ouvir essas músicas nessa casa:





















Faz toda a diferença, não faz? A casa, também chamada Les Parrets, está localizada na Riviera Francesa e já teve como proprietária a supracitada dona da voz de pardal. Eu moraria aí fácil, mesmo com essas vigas de tronco e esse hipopótamo na piscina, então se você tem um pouquinho mais de oito milhões de euros sobrando e não sabe onde gastar, está dada a dica.

Fontes: Petiscos ; The Telegraph

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Cantando pra dentro

Tem gente que é mais olfato e associa certos cheiros a determinadas situações ou pessoas. Eu não, eu sou da audição. Felizmente e infelizmente, eu tenho uma memória muito boa e basta uma palavra para eu ser imediatamente atacada por lembranças - às vezes boas, às vezes ruins - relacionadas a ela.

Com uma música apenas, eu posso reviver com precisão algum momento passado e com os sons vem a roupa que eu usava no dia, as conversas que eu tive, as pessoas que eu encontrei, os lugares aonde eu fui... às vezes acontece de algum som remeter até a algum pensamento que eu tive e aí eu consigo lembrar, sem esforço, que naquele dia no ônibus, a caminho da casa de uma amiga, escutando REM no mp3, eu fazia uma retrospectiva de toda a ansiedade, nervosismo e inquietação pelos quais eu estava passando até então e que aumentavam à medida que o quadro pintado há anos começava a se tornar mais nítido: passagens compradas, convites enviados, vestido e anel de pedra azul sendo retirados quase todos os dias das suas embalagens para serem olhados só mais uma vez...

Outro dia, já faz um tempo, eu acordei ouvindo uma música que nem faz o meu estilo e junto com ela, vinha um burburinho de gente que passava e um silêncio de rua sem carro. Antes de abrir os olhos, eu me vi de novo acordando na minha cama branco gelo pintada por mim, embaixo das prateleiras azuis e olhando para a janela enquanto refletia se valia a pena gritar para o vizinho abaixar o som do carro. Nunca gritei e ele nunca abaixou, ainda bem. Às vezes o dia aqui acorda igual a como costumava acordar lá e eu fico assim, inundada de lembranças.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Oscar e afins

E o Oscar, hein? Faz séculos que eu não assisto a Cerimônia nem fico torcendo pra nenhum filme ou ator em especial. Na verdade, faz tempo que eu nem sei quem é que está concorrendo e só fico sabendo mesmo é dos looks do red carpet no day-after. Eu sei, eu sei, os valores estão distorcidos... Por isso esse ano vai ser diferente. Não só já assisti quatro (uhu! *só* faltam seis!) dos principais candidatos ao Oscar de melhor filme, como vou até participar de bolão, vê só! Ainda não me inscrevi porque pretendo ver pelo menos mais uns três candidatos antes de tomar decisões.

Até agora, dos que eu já assisti - A Rede Social, A Origem, Cisne Negro e Bravura Indômita - Cisne Negro e A Origem são meus preferidos. Bravura Indômita eu até gostei, mas não achei merecedor de Oscar de Melhor Filme, e A Rede Social por enquanto é onde eu estou apostando as minhas fichas mais pelo que ele representa que pela qualidade do filme em si, apesar de ter gostado bastante. Então, no momento, essas são as minhas impressões sobre o favoritos de 2011 (pelo menos os favoritos que eu já vi):

A Rede Social (The Social Network, 2010) - Como eu falei ali em cima, por enquanto meu voto de melhor filme vai para A Rede Social só porque é muito improvável que a academia ignore o registro cinematográfico do maior acontecimento tecnológico da década (passada). Tudo bem que ele nem é assim tão fiel à realidade (Orkut mandou depôs não-aceitáveis dizendo como ficou triste de não ter sido citado), tem várias cenas romantizadas pra ficar mais bonitinho na tela, mas ainda assim é a história do Facebook, o que inclusive poderia ter feito dele o filme mais chato do ano, porque, né? É *o* Facebook, não há muito que se falar sobre isso - todo mundo sabe o que é, até mesmo quem nem tem perfil cadastrado nele (\o/), mas com a direção do David Fincher (Seven, Clube da Luta) e a ótima atuação de todo o elenco (inclusive do Armie Hammer, que me fez acreditar o filme inteiro que ele na verdade eram eles), um argumento aparentemente tão boring se torna cativante e você não quer nem piscar para não arriscar perder um segundo sequer dos ótimos diálogos.

A Origem (Inception, 2010) - Eu não tenho muito o que falar sobre A Origem, exceto que eu amei esse filme! Saí da sessão querendo ser arquiteta de sonho inventado quando crescer. A história é super confusa: um sonho dentro de um sonho dentro de um sonho (...) dentro de um sonho e no final todo mundo acorda e ninguém sabe se foi só sonho mesmo ou coisa da cabeça dos personagens. Quer dizer, se foi sonho mesmo ou se foi de verdade. Ou se eles acordaram mesmo. Ou se eles sequer chegaram a dormir. Enfim, assista que vale a pena. E ainda bem que Leonardo diCaprio cresceu e virou esse ator respeitado de Hollywood e que só faz filmes bons, caso contrário eu teria vergonha de admitir que já tive pastinha e tudo com dezenas de fotos dele.


Cisne Negro (Black Swan, 2010) - Esse segue a linha de A Origem e deixa a gente sem saber direito o que aconteceu e o que era só imaginação, mas é muito mais perturbador. Natalie Portman vai ganhar de melhor atriz, com certeza. Ela é minha única aposta certa nesse Oscar como Nina, a bailarina mimada, perfeccionista e superprotegida pela mãe que surta quando é escolhida para substituir Beth (Winona Ryder), sua ídola, que está se aposentando por livre e espontânea pressão da idade. Eu vi gente reclamando das cenas em que ela se transforma/se vê como cisne, mas pra mim foram as melhores, principalmente a que acontece quando ela está dançando. Belíssima.


Bravura Indômita (True Grit, 2010) - Esse eu fui ver sabendo que era western e que tinha o Jeff Bridges (Tron), só isso, nem uma dica do roteiro. Nem que tinha o Matt Damon eu sabia e quase continuei sem saber até a hora em que ele falou e eu reconheci a voz por baixo daquelas costeletas gigantes. Até chegar nos minutos finais eu estava gostando da história da menina que contrata um federal e um patrulheiro para matar Josh Brolim e vingar a morte do pai, mas aí me decepcionei com o final e agora não sei mais se gostei do filme ou não. Outra coisa que me desagradou foi a atriz que faz a Mattie (Hailee Steinfeld) não levar os créditos que merece pela ótima atuação - nem no cartaz o nome dela aparece!


Eu espero conseguir ver outros candidatos até o dia 27 para poder fazer minhas apostas com mais segurança. E vocês aí, tem algum favorito?

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

21 dias

Eu queria ser uma pessoa mais prendada, do tipo que pega papel e tesoura e transforma, sei lá, nisso aqui. Ou papel e lápis de cor e faz isso. Mas eu não sou... E como não sou, eu resolvi que vou ser. Do tipo que pega papel e lápis de cor, porque se eu tento fazer essa arte dos livros, vai embora o livro e a paciência (imagina quantas eras deve levar para terminar de picotar tudo?) e de arte não sobra nada. Então, decidi que a partir de hoje serei uma pessoa prendada que faz quadrinhos com ilustrações próprias. É.


Já tem algumas semanas que eu comprei um caderno de desenho, tinta guache e desci da última prateleira meus materiais de desenho, com a intenção de voltar a desenhar, coisa que eu não faço há... muito tempo, perdi a conta dos anos. Quando eu era mais nova, minha irmã costumava ser minha modelo: eu a obrigava a ficar parada até que eu terminasse de fazer o retrato dela. Eu sabia que deveria ter guardado... teria ganho um dinheirão se usasse como portifólio para tentar vaga de executora de retrato falado.


Mas então, como eu ia dizendo, uma vez por semana eu vou postar aqui uma ilustração dessas. Vai que alguém se liga, né? A ideia é que me obrigando a postar aqui as ilustrações eu vou caprichar mais e, portanto, exercitar a paciência. Ninguém vai acreditar que eu vou levar a sério, até porque tem 2 semanas que eu não mantenho as postagens diárias prometidas, mas essa semana eu li esse textinho e me animei para fazer essa resolução de começo de ano um pouco atrasada: em 21 dias eu terei, pelo menos, dado os primeiros passos em direção a várias coisas que eu tenho planejado fazer há um bom tempo, mas fico sempre adiando.


O blog está entre essas coisas, então a programação permanece e mais tarde tem post de culinária. Guenta aí que eu estou de volta.