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quarta-feira, 30 de julho de 2014

Se eu colocar no papel...

Se eu colocar no papel, sai de dentro de mim? Vai embora? Some para sempre?
Se eu colocar no papel se torna real ou se mostra ridículo?
Se eu colocar no papel posso fingir ser a autora de uma personagem doente, que se sente insegura, mesmo quando todas as cordas seguem firmes a sustentá-la, ou me revelo a própria personagem assustada, guiada por mãos invisíveis a empurrá-la para os caminhos mais escuros?
Se eu colocar no papel, posso apagar quando me convir ou terei para sempre o registro da minha fraqueza?
Se eu colocar no papel, posso escrever uma versão diferente? Um novo final? Um novo começo?
Se eu colocar no papel, as respostas virão em vez de tantas perguntas?

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